esquerda - direita.
Passear-me-á amedrontado, na manhã da sua partida, afoito, por entre sonhos que desperdiçamos sob a luz insuficiente da lâmpada seca, deitados no macio das madrugadas.
Sufocar-me-á o vômito verdoloroso quando não puder cantar-te, à rouca voz, a falta de vontade de sair dos teus laços.
{Saberei...}
Saberás o clamor das minhas extremidades no momento exato do choque, no instante em que os ruídos de fora irromperem pelas frestas e inundar-nos de pavores.
Revelar-me-á por inteiro, então, um coração franzino e sem fé, confundido entre os pêlos e as cinzas vãs que a ventania não quererá carregar.
16 comentários:
Entre o barroco da linguagem, há a confidência de alguém que se sente pequeno e que se traveste de ouro e torres pontiagudas. A linguagem, a mesóclise, desviam o olhar para o despejamento do grito de alguém de "coração franzino e sem fé", que se despedaça na tensão e peso do mundo sobre os ombros e que caminha sem o conforto aparente da crença iluminadora.
Beijos, querido,
Jana
(ab) solvo (te) a ausência longa. (ab) sorvo (te). 1 abraço
Oi Ivã! Obrigada pela visita, obrigada pelo comentário e obrigada pela leitura agradávle que me proporcionou aqui. Gostei daqui e passarei muitas vezes. E lá no meu canto vc é muito bem vindo. Beijos.
, coração que ventania não carrega. não leva.
|abraços meus|
e, olha, pedro pan, definiu com exatidão essa bela prosa. Gosto quando a força reside no desconhecido, mas que se desvela como água cristalina.
hábraços
E que as cinzas do amor não sejam esquecidas... Que o vento leve a solução...
Beijos.
posso subscrever o marcos?
é que tantas vezes vim visitá-la à procura de novas palavras
e hoje tive minha recompensa ;)
foi muito bom lê-la novamente
um grande beijinho,
alice
Legal, o blog. Identififquei-me com os teus "chegados". Muito bom.
Há braços!!
caro ivã,
agradeço sua visita e sobretudo a correcção que discretamente fez...
estava tratando você por mulher e peço mil desculpas
um grande beijinho
bem haja pelas suas palavras,
alice
Dissolvam-se as cinzas, meus caro,
na maciez das madrugadas, e não sobrará um vento sequer que encoraje-se de espalhá-las. Absolvido de todos os futuros estarás, quando as extremidades fecharem-se, em círculo.
Saudades de voltar aqui e te ler.
Abraços, poeta.
Corações franzinos somos, ainda que de extremidades calorosas.
Abraços!
oi ivan, sou adriano amigo de erica, ela me indicou seu blog, to passando por aqui, achei bacana e movimentado, eu tenho um q tá meio moribundo.. é nesse link aí abração.
o blog é http://evasao.blogspot.com, se te interessa
Mas esse coração pode ser aparentemente franzino, aguardando apenas algo que o faça pulsar e inflar como nunca.
Belo poema...
Esse necessita silêncio, comedido, digestivo. De um toque leve e um golpe certo, toda poesia transcorrida, poderosa. Tua pena é forte, Ivã.
Grande abraço.
Ernesto Diniz
http://ernesto.naselva.com/blog
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