enquanto o gosto dos dias gastos
dissolve em minha saliva
mas as raízes fincadas em nuvens de zinco
O rosto é outro a distrair minhas aparências
formas frouxas flutuantes
De repente um medo, esquecido no breu dos
meus vazios, reage e assalta a minha vontade
A renegar rumores de outras solidões
na viscosidade em meus poros
{...rasos, largos...}
deixo reservada a vida
pulverizada entre mim e o infinito que lho cerca
No final
Saliento, tão somente, que ainda cabe em mim
temores, dúvidas, riscos
cabe a dor a arder, se for
cabe em mim um dia, um mundo
e só não vinga, só não me cabe o seu amor
16 comentários:
"Saliento, tão somente, que ainda cabe em mim
temores, dúvidas, riscos
cabe a dor a arder, se for
cabe em mim um dia, um mundo
e só não vinga, só não me cabe o seu amor".
Num corpo cabem mundos, cabem tempos, passado, presente e a idéia de futuro. No corpo cabem vários de nós, rostos múltiplos, personagens de nós mesmos. O amor cabe, mas extravaza sempre o recipiente.
Beijos, menino querido
Jana
, que situação... passamos por ela...
, "gosto dos dias gastos" e "esquecido no breu dos meus vazios" e "cabe a dor a arder" são imagens lindas...
|abraços meus|
Rapaz!, novamente tece uma situação nem rasa, nem tampouco estreita; porém, profunda e larga.
hábraços
Oi,
Gostei muitíssimo daqui. Já que tanto ainda cabe em ti, espero que me caiba aqui vez em quando. Beijos.
Muito bom! Beijos.
É incrível como um poema pode ter força suficiente para derrubar o Espírito de um homem!
Poema denso e sublime. Gostei.
é quando não nos cabe o amor de quem queremos que, ainda que em nós caiba o mundo (é bem verdade que cabe), que os dias passam como bois e acabam mesmo dissolvendo-se, gastos e inúteis.
é sempre bom revê-lo, meu caro. 1 abraço
Ola Ivã,
obrigado pela visita ao casa de paragens.
Tua poética é também inspiradora, cheia de nuances, dona de uma largueza rara de encontrar na net.
Vi que muitos dos teus chegados aí do lado, são meus chegados também, vou te linkar lá no casa que é pra vir aqui juntar os cacos vez em quando.
abraços
Rubens
Tão intenso esse medo, essa solidão... O vazio do final que é tão incerto... Esses nossos pedaços pelo chão...
Essa luz que cabe em nós... E ainda nos alimenta...
Lindo teu poema, querido Ivã...
Beijos deLírios... ;)
Apurado, preciso, poético...Seus textos estão cada vez mais exatos, mais delicados e mais bonitos! Parabéns!! Bjos!
cabem aí o mês de abril e uma instamatic antiga? estou procurando.
O medo, poeta, é a maior dor, a arder.
Abraços, sempre bom voltar aqui.
Oi Tudo bem? Parceria é algo complicado, veja bem, estou em parceria com A Outra, para um Blog Experimento e ela não me esperou concluir o convite para os leitores, sim, sim precisamos de pessoas como você e de comentários. Então como eu estava dizendo, ela A Outra, passou na minha frente e foi convidando as pessoas de sua forma, então estou aqui, O Outro, para te convidar para nosso "Projeto Experimento: Um Blog Metalinguístico"
Conto com sua presença e colaboração!
O Outro.
Olá!
Eu sou A Outra e vim aqui te dizer que O Outro é muito enrolado e não conseguiu se decidir numa abordagem ideal para o nosso "Projeto Experimento: Um Blog Metalinguístico". Eu disse que não existe uma abordagem ideal, mas, sabe como são os homens, né? Então o deixei falando sozinho e estou aqui te convidando para conhecer nosso blog!
Apareça!
A Outra.
Belo arremate. Abraços.
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