É a voz do mundo que cai do firmamento
E recobre cabeças
E devasta o tempo
Que entorna vagas, poucas
Que levam, da areia, as pegadas
E trazem o vento que tudo apaga
É do mundo a voz que sai
Rouca mas vasta, onde não se cabe
A cor da pedra, resgate
Num sopro profundo e oco
Sempre em seu quilate
Não se ouve e nem se quer ouvir
O som da luz trespassa, assim
A voz é do mundo e não se esvai
Na vida caudalosa
Sobrepõe e, solta, grassa
Por toda terra, em terras outras
Feito animal em disparada
Feito filho, tornado pai
Do mundo é a voz que lamenta
Recrudescida, ecoa voraz
No deslugar do coração, uma tormenta
A voz que sobe, desdobra, do mundo, desaba
Um diz:
Um dissabor,
A voz do mundo é a voz da dor.
dezembro 18, 2005
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