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Coisa minha.
Despertei-me hoje cedo, sol nem havia espancado-me com seus primeiros brandos raios porque não nascido. Digo despertei-me porque não foi preciso recursos outros que não o próprio corpo para apenas despertar, mas o fiz de supetão. De fato passara a noite de forma desconfortável. Uma delicada indiferença dominava-me. Devaneios. Ainda na penumbra decidi procurar por alguma medicina para a alma, algo que não se configurasse placebo. Dei vida à luz do pequeno abajur citrino plantado ao lado da minha cama. De imediato pousei os olhos sobre um volume azul, capa rígida, Mario de Andrade / Poesias Completas, a jazer sobre a poeira do móvel escuramadeirado. Enlacei-o entre os dedos e folheei inadvertidamente, ao menos assim pretendi, até que uma frase, entre tantas, brilhou no lusco-fusco da iniciada manhã:
“Todo escritor acredita na valia do que escreve. Si mostra é por vaidade. Si não mostra é por vaidade também.”
Não pude permanecer tão indiferente assim. Acho que o Mario sabia bem do que dizia. A solução qualquer, ainda não cheguei, apesar da sabedoria do mestre. Apenas um acalmar para um momento de titubeio.
Os dias seguirão.
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