Um corpo corta a infinitude horizontal da minha quimera
E vasto, sacia a voracidade do meu desejo
Um corpo se enovela em mim se alimenta em mim
Arfa e me sufoca
E vasto, sacia a voracidade do meu desejo
Um corpo se enovela em mim se alimenta em mim
Arfa e me sufoca
Um corpo solto perambula por meus desertos
E minhas ruas em carne-viva
E translúcido em desesperos,
Na contra-mão das noites azuis, se revela
Ecoa forte e saliente em meu desvão
Buscando a vontade frouxa
Lassidão
Escorro por entre seus dentes
E desapareço.
10 comentários:
ivã, vezenquando passo por aqui. leio, releio... assim, entre assustado e encantado, sabe como não sabe? acho tudo sempre tão bom!! acabo indo embora sem deixar rastros, pegadas ou bilhetes. hoje, renuncio à esta condição de mutismo. gosto mesmo muito daqui. 1 grande abraço, velho.
"...E o escuro se umedeça em nosso corpo." (Manoel de Barros)
um beijo moço
Rapaz, a verve está cada vez mais apurada.
hábraços
Desapareça... mas, não se perca... :)
Bjus.
Ah, o desejo!
Ah, as palvras-beijo!
Os silêncios escandalosos
e os sumiços-presentes!
muito bom tudo isso!
cara ivã,
estava postando quando recebi o seu maravilhoso comentário e não poderia deixar de vir aqui visitá-la e agradecer-lhe por suas belas palavras, sobretudo pela fabulosa oportunidade de ficar conhecendo sua poesia divina
bem haja pela sua generosidade em vir comentar uma menininha
um grande beijinho,
alice
Ivâ,
fiquei comovido com o que você escreveu na minha página. Tô aqui sem palavras, meu caro...
Sonho e satisfação do desejo nunca caminham de mãos entrelaçadas e dedos tocando-rasgando carne. O sonho/desejo é barroco, hiperbólico. A satisfação do desejo é crueza, é carne rompendo carne, lambendo carne, solvendo carne, entre dedos, língua, sexo, suor, toque, gozo. O desejo satisfeito te leva ao sono, o sonho/desejo se faz entre os olhos fechados ou abertos no palco etéreo do mundo das idéias.
Ivã, sensualíssimo o seu poema... Sensorial... Sensorial... Meus sentidos estão todos aqui.
Beijos,
abraço forte,
Jana
P.S: Agradeço pela visita, atenção e carinho que deixou no Noturnando. Minha morada estará sempre aberta à sua visita e às suas palavras. Passe no Brutti, quando puder. Escrevo lá aos domingos. O texto que postei ontem se chama "Obs(cena)".
Endereço: http://naselva.com/brutti
Beijos, querido.
, um corpo que se alimenta em outro, até ver este outro escorrendo por entre dentes.
antropofágico!
|abraços meus|
boa tarde,
deixo-lhe um pensamento:
quando ali me sentava
os anzóis prendiam as sombras da tarde a ganir com o cio
se a água do rio ao menos vazasse a prata sem dor
ou os meus pés fossem canas de pescar sapatos
mas ali sentada diante do nada
era lume brando a cozer traições
e a agonia dos peixes na berma da água
era o fim dos teus olhos a acabar a tarde
se ao menos os barcos passassem de véspera pelas ilusões
ou as redes vazassem sonhos menos fáceis
mas ali sentada com a alma trocada
pescava o diabo e as tentações
ainda que eu cruzasse a solidão entre as pernas
o cio esganava o brilho da prata caído no chão
mesmo que os anzóis mordessem a margem
nunca a rota dos barcos me corrigia a alma
e ali sentada de pernas cruzadas
não tinha calçado nem canas de pesca para a solidão
um grande beijinho,
alice
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